14 de outubro de 2008

Comida nova!

Pois é, a comida que andava a comer estava quase a acabar e o Pedro, na sua incessante (dir-se-ia excessiva) procura pela melhor comida do mundo para mim (dentro dos limites da lógica, claro), descobriu uma marca nova. Após procura e mais procura ficou a saber que a comida que me dava antes afinal não é assim tão boa porque tem cereais (arroz integral e aveia) e pelos vistos nós os cães não devemos comer cereais e a comida deve ser baixa em carbohidratos. Como sei eu tudo isto? Porque o Pedro não consegue que ninguém lhe ligue, e conta-me a mim estas coisas todas.

Tendo em conta estas informações, a minha comida agora é a Orijen Adult, que será alternada depois com a Orijen Adult 6 Peixes, para variar o sabor.

Já a provei (a primeira, a segunda só quando esta acabar) e posso garantir que é ultra-saborosa, como aliás se pode confirmar na foto abaixo - o Pedro colocou a comida na Caixa da Comida (tem lógica o nome, não tem?) e eu lambi o interior do saco com alegria!



Quem é um cão com sorte, quem é? Ah, e a Maria também vai ter sorte, pois quando acabar o saco dela da comida anterior, vai ter direito à Orijen Senior. Nice, né?

Um fim de semana emocionante... e um mistério aclarado!

Olá estimados leitores do meu blog!
Eis-me de volta de um fim-de-semana que me deixou de rastos, tal foi o nível de emoções!
Ora bem, vamos ver se consigo listar tudo:

Sexta-feira, 10 de Outubro, 18h
Viagem de carro! Viva! Para onde iremos? Para o Barreiro, dizem-me. Que emocionante! Vamos eu, a João e o Daniel. Então e o Pedro, pergunto? Explicam-me que foi ao Imago, no Fundão, ver o seu amigo Votel, e uns quantos concertos (Samandtheplants, Voice of the Seven Woods e Badly Drawn Boy), mas que amanhã de manhã (!) estará de volta.

Sábado, 11 de Outubro, 02h
Chegámos ao Barreiro tardíssimo, parece - eu fui a dormir a viagem toda aos pés do Daniel, um luxo! Primeira grande surpresa do fim-de-semana... a Maria está aqui! Não foi raptada, simplesmente voltou para a casa da Avó Zélia! Que alívio, e que alegria vê-la.

Sábado, 11 de Outubro, 09h
É verdade, não me enganaram! O Pedro está mesmo a entrar pela porta. Fixe!

Sábado, 11 de Outubro, 12h30m
O Pedro e a João estão todos aperaltados, e dizem-me que vão a um casamento. Não percebo, sinceramente, porque é que não me levam, sendo eu o cão lindíssimo que sou. Humpf! Fico sentido e viro-lhes, as costas - vou mas é brincar para o jardim.

Domingo, 12 de Outubro, 00h30m
Ei-los de volta, os finos! A gravata do Pedro já vem fora do sítio, e o cabelo da João já não está tão bem arranjado como estava há 12 horas atrás... isto é gente que não consegue manter o nível; digamos que têm muito que aprender comigo.


Domingo, 12 de Outubro, 12h30m
A João veio trazer-nos de carro (sim, o Pedro é um parasita que insiste em não tirar a carta porque "lhe oprime ter que estudar o código"; enfim...) à estação de barcos do Barreiro. Vamos andar de barco! Que fixe, vai ser a minha estreia em mar alto!.... Ok, é num rio, mas é bem largo!

Domingo, 12 de Outubro, 13h15m
Outro medo dissipado! O Andy não foi raptado - simplesmente voltou para a sua casa em Lisboa! Ufa, que alívio! Fica assim ilibado, o João Pedro, de ser um raptor - aparentemente limitou-se a devolver os meus amigos à procedência.
Viemos à casa da Avó Lena para almoçar (para que eles almoçassem, entenda-se - a mim não me puseram o prato à frente, mas deram-me uns pedacitos de batata, não foi mau).
Chato foi ter tido 2 vezes vontade de fazer chichi no tapete da Avó Lena, e do ter feito... ups! Mas a Avó mima-me muito, e não levou a mal. O mesmo já não se pode dizer do Pedro, que fez cara feia e fechou-me no terraço. Com ele tenho que piar fino, 'tá visto!

Domingo, 12 de Outubro, 18h00m
E pronto, de volta ao carro para a viagem de regresso! Cheira-se-me que vou dormir como o anjo que sou a viagem toda!

2 de outubro de 2008

Uma reacção natural

O Pedro teve ontem a ideia de filmar a sua chegada a casa, e pediu-me para colocar o vídeo no meu blog.
Ora bem, eu não percebo qual é o interesse de ver um vídeo de 1 minuto de algo que acontece todos os dias: ele chega, e eu recebo-o. Ele diz que o objectivo é demonstrar não-sei-quê da amizade dos cães, e que somos os melhores amigos dos humanos e tal e qual... enfim, tolices!

Aqui vai:


Dogs are our best friends! from pedro homero on Vimeo.

29 de setembro de 2008

Cria pródiga ao blog regressa

Olá fiéis seguidores da Igreja de Todos-os-Beagles e arraçados!

Não há nada a temer! O fim do mundo não está perto (acho eu...)! As águas não se levantarão, os ventos não rugirão, a terra não se abrirá! Estou aqui, e estou de volta!
O Pedro, simpático como sempre, tomou conta do computador e não me deixou acesso ao mundo exterior (tecnologicamente falando, está bem de ver) nas últimas três semanas. Ele bem me disse que era tudo trabalho, mas eu vi, porque sou matreiro e esperto, as boas e longas horas que ele passou às voltas com a sua lista de filmes. Trabalho... yeah, right!

Seja como for, e agora que ele voltou a trabalhar num horário "normal" pude finalmente ter o computador só para mim, muahahahahah (riso diabólico). Está na hora de colocar as novidades em dia, pois são muitas.

Vamos ver... primeiro tivemos a chegada de um rapaz chamado Daniel [blog aqui e aqui] ao meu Chateau. É irmão da Susaninha e, tal como ela, grande amigalhaço aqui da família, pelo que deduzi de imediato que iria ser meu amigo. Não defraudou, pelo contrário, pois passeia-me muitas vezes, dá-me comida e gosta muito de mim. O que não deixa de ser óbvio, tendo em conta as minhas qualidades sociais. :)
O Daniel, segundo me explicou o Pedro, vai ficar cá este semestre lectivo, para fazer não sei quê de Erasmus numa coisa chamada Universidade, não percebi muito bem, mas abanei a cauda com um ar de entendido. Já se sabe, na política, mais vale parecer do que ser.

Uns dias depois voltamos a ter a visita do João Pedro, o irmão da João. Claro que investiguei de imediato se o Andy e a Maria vinham com ele (ver esta entrada para a contextualização). Não vinham, mantendo-se assim o mistério e a angústia. Que será feito deles? Que lhes terá feito o João Pedro?
Seja como for, e numa clara demonstração da minha falta de rancor ou ódio, fiz as pazes com ele, e aceitei-o no seio do clã. O facto dele ter sido muito carinhoso e bricalhão comigo e me ter levado a passear não influiu nada. A sério.

Há dois fins-de-semana atrás, e sem que me avisassem (teria vestido uma farpela melhorzita, teria tomado banho, eu sei lá...) tivemos a visita da família em peso do Daniel!
Veio o Pai dele, a Mãe, a Irmã (olá Su!), o Cunhado (Senhor Brito...) e o Igor, cão desta gente toda! O meu exército, como podes deduzir, caro leitor, vai crescendo a olhos vistos - não tarda nada é o domínio do Mundo!

As pessoas vêem e as pessoas vão e ficámos em casa só os suspeitos do costume. A grande diferença foi ter-me apercebido que o Pedro também trabalha de noite, o que por um lado é um pouco confuso para mim - como deves saber, nos os cães gostamos de regras, disciplina, repetição - mas por outro foi bom, porque assim estive sempre acompanhado.

Por fim, neste fim-de-semana transato, aconteceu algo estranho e digno de nota. Fomos de visita aos amigos Rafa e Andressa, uns amigos que os meus donos adoram - sou um excelente observador e topo estas coisas - mas estes tinham a casa toda de pantanas, com tudo empacotado e em sacos! O mais bizarro é que depois fomos a outra casa, uma que nunca tinha visto, onde estava tudo também em caixas e sacos! O que se passará com esta gente? Que fará com tanto saco e caixa de uma casa para outra? Mais mistérios da espécie humana que algum dia espero conseguir resolver.

E é tudo, fiel seguidor. Mantém-te sintonizado para estares informado!

4 de setembro de 2008

Thank you for the music

O Pedro tantas vezes ouve a mesma música que acaba por me fazer gostar dela. Claro que a pergunta impôe-se: porque é que este rapaz escuta em loop a mesma música, uma e outra e outra vez? Repara que não estou a falar de alguma música da qual ele esteja a tentar sacar as notas, lá com os instrumentos musicais que tem - tarefa, diga-se de passagem, na qual falha metodicamente.
Não é isso. É ouvir a mesma música uma e outra e outra vez, enquanto lava a loiça ou limpa o chão ou assim, e salta e canta com aquela voz esganiçada e completamente desafinada... ai, espero que ele não leia isto.

Enfim, eis a música para perceberem do que falo. O grupo chama-se Of Montreal (mas não, não são do Canadá!) e a música Suffer for fashion.

Poderás escutá-la se clicares com o rato no nome do ficheiro, abaixo. É ou não é de ladrar aos céus?





Sozinho! Abandonado! PORQUÊ!?

Que terei eu feito? Que crime, que injúria, que infâmia pesará sobre o meu dorso (apesar de não os sentir)? Se me culpam, de que me sou acusado? Será que já não gostam de mim? As dúvidas, a ignorância, a longa e escura noite do desconhecido, porquê??

Na terça-feira, e poucos minutos após o rapto da Maria e do Andy por parte do irmão da João (força amigos, espero que esteja tudo bem convosco!), a João saiu de casa com a Mónica, uma rapariga que também cá vive, pelos vistos, pois estou sempre a vê-la cá em casa, e ela está sempre a fazer-me festas. Ora, a João sair de casa não é por si só um problema. O problema nasce é do facto de, duas horas antes, o Pedro ter saído também. Sabes o que isso significa, caro leitor? Sabes? Foram-se embora! Deixaram-me sozinho, em casa, sem ninguém!

Não imaginas o terror, o pânico agudo que senti pela minha espinha fora: Sozinho! E agora? Voltariam? Deixar-me-iam para sempre? Sim, deixaram-me comida e água, mas não vai durar para sempre! Tenho a minha cama para dormir, mas e o Inverno? Tenho algum espaço para me mover, pois deixaram-me acesso ao hall de entrada, à cozinha, à marquise e ao corredor, mas... e se definho por falta de exercício? Traição! Porquêêêêê!?

Bem, como podem ver, mais que não seja porque estou a escrever isto (e a porta do escritório estava fechada), o suplício de Tântalo não durou para sempre. Oito horas depois, contadas ao segundo (dá 28 800 segundos, para os mais curiosos/masoquistas), oiço pela marquise a voz do Pedro! Salvo! Afinal há esperança!

Mal entrou pela porta saltei para cima dele como um possesso, um demónio assírio, a fúria e a tranquilidade, a raiva e o alívio. Não me abandonaram, só quiseram fazer-me sofrer! Respirei fundo e voltei a ter a pressão arterial em níveis decentes, mas continuava revoltado por não compreender o que se tinha passado! Porquê 8 horas? Porquê tanto tempo? Não poderia um deles ter ficado em casa? Porquê sairão todos? Mistérios que continuam por ser compreendidos.

Enfim, o que interessa é que de facto ele voltou e me deu muitos mimos e levou-me a dar um grande passeio (que ainda assim terminou no veterinário, para outras estranhas picadelas no meu dorso e comprimidos atirados para a minha goela). . Estranhamente não parece ter ficado chateado com as duas generosas poças de chichi que lhes deixei de presente no hall de entrada; limpou e não me disse nada.

Ontem, a estória repetiu-se; voltaram a deixar-me sozinho em casa, voltei a ficar alterado, mas estranhamente não me preocupei tanto... terá tido alguma coisa a ver com uns comprimiditos que o Pedro meteu no meu leite matinal? Nunca o saberemos.

Maria e Andy raptados!


Choque!
Horror! Consternação!

A Maria e o Andy foram raptados!
Na Segunda-feira passada apareceu cá em casa, todo matreiro, um tipo alto e magro chamado João Pedro, que, segundo ouvi dizer, é irmão da João (mas esta gente não sabe que há mais nomes no mundo para lá de João e Pedro?!!?). Ora bem, ele até pode ser parente, não digo que não, mas o que é certo é que no dia a seguir, bem pela manhãzinha, ele, o Alexandre e a Maria saíram porta fora, e nunca mais os vi. O Pedro e a João estão aparentemente despreocupados com o assunto, mas eu sou astuto o suficiente para perceber que aquilo é tudo fachada e que na realidade estão tão preocupados como eu... só que devem querer poupar-me o sofrimento a mim, tão queridos.

No entanto, e como uma desgraça nunca vem só, poucos minutos depois começou aquele que se viria a comprovar ser um dos mais angustiantes dias da minha vida, alterador da minha psique, perturbador do meu equilíbrio, devastador para os meus planos de dominação mundial. Siga faz favor para o próximo post, pois eu cá gosto de ter os temas bem separados, é próprio de mentes avançadas, não tentes compreender ;)

Cinco Quilómetros Marcha

Domingo, 31 de Agosto, 18h. A pior parte do dia, aquele calor bruto do zénite solar, já passou; voltamos a poder respirar. O Pedro e a João decidem que é boa ideia ir à rua (quando é que não é, pergunto?), e lá vamos os 5 passear. Longe estava eu, no entanto, de saber que o passeio seria na realidade de 2 quilómetros e meio para lá, e outros tantos para cá! Isto é que foi passear!
Fomos a um sitio chamado Príncipe Pio (ver mapa abaixo), ter com duas amigas dos meus donos, a Adriana e a Cláudia (que acumula, sendo colega do Pedro no emprego) e descansar à sombra de uma esplanada, bebendo água através do método garrafa > mão do Pedro > boca do Rafy.

O caminho em direcção ao tal Príncipe Pio incluía uma ponte enorme, altíssima, que cruza um rio que, verdade seja dita, me assustou um pouco - toda aquela água, aquela altitude... enfim, foi um misto de interesse e receio, prova de que sou um ser emocionalmente complexo, como todos os grandes líderes da História.

Enfim, foi uma tarde bem passada e permitiu-me reconhecer mais terreno à volta da minha mansão, expandido assim - de acordo com os planos, aliás - a minha área de influência, o meu círculo de domínio, o meu diâmetro de acção. Parece-me bem.

Fuga! Liberdade! Paixão! Captura!

O facto de estar a escrever este post na Quarta-feira, 4 de Setembro, e dos factos se reportarem ao passado Sábado, 3o de Agosto, por si só demonstrará o rumo e fatal desfecho desta estória. Ei-la:

O passeio de Sábado à tarde, ao qual o meu dono se escapou com graça e astúcia ("Estou cansado!" , disse), presenciou uma das mais elaboradas, sofisticadas e arrojadas fugas do mundo canino. O Andy, irmão do meu dono, tinha sido destacado nesse passeio para me levar (enfim, puxar-me pela trela, entenda-se, que eu não preciso que me levem, ou vou pelas minha próprias patas!). Num dos jardins perto de casa enrolei a trela numa àrvore. Acto contínuo, o Andy puxou a trela na sua direcção, por forma a que voltasse para o pé dele. No entanto, o espírito de liberdade apoderou-se de mim e fez nascer no meu âmago o desejo de soltar-me! Dei o Latido do Ipiranga e andei para trás soltando-me do peitilho e, portanto, daquela trela opressiva que me impede de ir para onde quero, quando quero! Fuga!





Disparei de imediato! Corri para trás e para a frente, como se não houvesse amanhã! Bem... se não houvesse amanhã não sei até que ponto é que correria assim, mas centremo-nos nos factos. Todo aquele jardim enorme! TODO! Uma cornucópia de cheiros, estímulos mil, bombardeando este corpinho de cãodónis... Liberdade!

Estranhamente, o Andy e a João pareciam estar em pânico! Gritavam, faziam gestos, corriam, enfim, todo o tipo de manobras tácticas - se bem que infrutíferas - para chamar a minha atenção. O pico da sua (deles) preocupação chegou quando me meti na estrada (!) mas a verdade é que o alcatrão não só estava demasiado quente como é excessivamente áspero e agressivo para as almofadas das minhas patas - afinal de contas eu tenho um padrão de qualidade de vida, e quero mantê-lo - fazendo-me voltar atrás.
Falando em qualidade de vida, ao voltar ao jardim vi, a alguns metros de distância (ainda não sei bem quanto é um metro, e por isso evito dar um palpite menos genérico), uma cadela belíssima que se tornou de imediato o destino óbvio das minhas deambulações. Paixão!


Ai, mas do pináculo mais altaneiro ao poço mais fundo vai apenas um degrau! A cadela vinha - pasme-se! - acompanhada de humanos, e a João, matreira, aproveitou o facto para, gritando-lhes, pedir-lhes que me apanhassem, o que eles prontamente fizeram, fascinados, certamente, pela beleza hipnotizante que iradia (ou pelo menos é assim que o Pedro a descreve, ele lá deve saber). (Eh pá, que frase tão longa!). Captura!

E pronto, eis como uma fuga planeada durante ANOS, cuidadosa e meticulosamente delineada nas longas horas de silêncio e horror nas catacumbas à qual fui atirado, sem dó nem piedade, na flor da idade, se vê frustrada, mutilada, aniquilada.

...

Ok, ok, posso estar a exagerar um pouco; a liberdade criativa é uma premissa essencial de qualquer escritor e defendo o meu direito a, uhm, digamos, colorir um pouco a minha estória para lhe dar um cunho mais emocional, mais intenso, mais canino.
A verdade, claro, é que apenas desejava correr um pouco; não tardaria nada voltaria para juntos dos meus amigos humanos e abanaria a cauda alegremente de volta para casa; não era preciso o reality show de trazer por casa. O Andy até escreveu um post no seu blog, tão traumatizado ficou o pequeno!
Enfim, gostam muito de mim, e não me querem perder, que posso eu dizer? É natural.

Um jantar ao ar livre

Desculpas mil, estimado leitor: tenho estado demasiado tempo longe deste teu porto seguro, deste teu ninho de informação correcta, verídica, fiável, certeira.
Chama-se preguiça.

Mas cá estou de volta, para reportar as minhas mais recentes aventuras! Neste primeiro post pós-mini-férias-longe-do-computador centrar-me-ei nos eventos de Sexta passada, dia 29.

Após uma manhã e tarde aparentemente normais e sem eventos importantes - digo aparentemente pois estou sempre a aperfeiçoar o meu plano de domínio do planeta no próximo trimestre - à noite os meus donos decidiram aproveitar o facto de terem recebido os respectivos ordenados e marchámos todos para a garagem, metemo-nos no carro e lá fomos nós para terras desconhecidas, caminhos não-trilhados, mato por desbravar!... Enfim, fomos jantar a uma esplanada aqui:


Ver maior

O sítio era muito interessante, sobretudo porque haviam mais cães na esplanada! Na mesa ao lado da nossa estava uma cadelinha meeeeeeeeeesmo fixe, que passou o tempo todo a brincar comigo. Fingíamos que lutávamos e o tempo passou a correr! Claro que a Maria, cota como é, ignorou-nos por completo, até porque estava de olho num canzarrão que a estava a micar umas mesas mais acima.

Após o jantar decidiu-se por unanimidade dar-se um passeio rua abaixo e rua acima, antes de fazer a viagem de regresso; essa decisão não só foi acertada (a bexiga pedia alívio) como inesperadamente afortunada, pois os meus donos e o Andy estiveram à conversa com uma senhora muito simpática que fez festas a mim e à Maria e nos deu - surpresa! - uns bons nacos de pão a cada um. Claramente o meu charme derruba barreiras de todo o tipo, sejam a nível de espécie, lingua ou território - a minha persona (canidona?) é irrestível!

Já a seguir... fuga e captura no passeio de Sábado à tarde! Não percas!

23 de agosto de 2008

Senhoras e senhores... simplesmente Maria

Para quem não saiba, a Maria é uma lady.
Há adjectivos assim:

Idiota: George W. Bush
Salvadora: Tia Nely
Espectacular: Rafy Darwin

Lady é a Maria. E pronto.

...

Ah, pois, não a conhecem, vamos lá remediar isso :)


A Maria é a cadela da João e da Zélia, a mãe da João. Leitores atentos deste blog de referência aperceber-se-ão que a João também é minha dona. Tal facto, no entanto, não gera problemas: eu limito-me a ser um pouco ciumento e a querer a atenção toda para mim, algo perfeitamente justificado pela minha maneira de ser e percepção da minha importância no mundo. Que digo eu, no universo! Mas voltemos à Maria.

A minha companheira de férias (e que agora, aparentemente, também vive comigo, na minha casa em Madrid) é enorme, e senhora para já ter os seus 11 anitos, mas não pensem por isso que está arrumada; pelo contrário, foi senhora até para lançar o seu charme para este vosso criado, que soube aproveitar de imediato a deixa - as pernas traseiras dela (é aí que tem que ser, não é?) não se me escaparam!


Por outro lado a idade já deve pesar um pouco à cota, pois é assim um bocado para o pachorrenta e mole, preferindo ficar deitada a descansar do que a correr freneticamente de um lado para o outro do corredor, prática, aliás, que devia ser tida em conta para as Olimpíadas, permitindo-me assim sonhar com o pódio.

Se quiseres ver mais fotos da minha amiga, dirige-te a este álbum de fotos.

Xinapá, agora é que a fiz bonita!

Pois é, eu não sou só o cão carinhoso e fofo e querido e especial que todos pensam... também tenho um lado mau, perverso, rancoroso!

Ontem os humanos cá de casa foram-se todos embora e deixaram-nos sozinhos, a mim e à Maria. Não sabes quem é a Maria? Já te explicarei num post a seguir.
Ora, eu d-e-t-e-s-t-o que me deixem sozinho em casa, pois estou habituado - como lord que sou, entenda-se - a ter sempre companhia humana e a nunca estar sozinho. O meu lado vingativo veio ao de cima e saltei para o sofá, deixando nele uma bela xixizada.

Ups.

Claro que 10 minutos depois o Pedro estavam de volta (parece que eles foram falar com não sei quem acerca de não sei quê ali à entrada do bairro, qualquer coisa a ver com uma bicicleta roubada ou sei lá eu o quê). Eu mantive-me low profile, pois não queria levantar suspeitas. O Pedro varreu a casa toda e depois passou a esfregona - manias, não sei porque é que faz isto todos os dias. Estava precisamente a acabar (já que a sala foi a última divisão que limpou) quando se apercebeu do, errrr, acidente.

Ui, ui.

Nunca o tinha visto tão zangado. Acho que desta é que meti mesmo a pata na poça. Ou desta é que fiz uma poça ;).

Enfim, o dia acabou comigo fechado um bom quarto de hora na marquise e a ser, a partir daí e até à noite, quando a João e o Alexandre voltaram, amplamente ignorado.

Que triste é, a vida de um animal vítima dos seus instintos, incapaz de resistir ao chamamento da vingança, do rancor, da malícia!

20 de agosto de 2008

Uma visita à Veterinária

Há uns dias atrás (dia 4 de Agosto, para sermos exactos) o meu dono levou-me à veterinária. Deixou-me lá de manhã (às 11h) mas estranhamente só me foram buscar (ele e a vovó Zélia) quase às 7 da tarde. Digo estranhamente porque não me lembro de ter passado tanto tempo. Só me lembro da veterinária me fazer umas festas boas e de ter adormecido. Quando acordei, ainda zonzo do sono (condição que se estenderia por umas boas 36 horas mais) tinha os pelos à volta da genitália rapados. Estranho, certo?

Enfim, o Pedro pediu-me para escrever algo sobre o assunto e decidi conceder-lhe esse privilégio; afinal de contas, ele faz-me tantas festas, que de alguma maneira sinto que devo retribuir. Passo a palavra.

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Após detalhada investigação do tema, a João e eu decidimos esterilizar (isto é, castrar) o Rafy. Neste exacto momento, 99,9% por cento dos potenciais leitores deste blog estão a pensar

O quê?!?!? Que horror!!!!!

No entanto creio poder vaticinar que a maioria mudará de opinião no final deste post. Ou talvez não: continua a ler para saber se a tua opinião se altera.

No processo de aprendizagem sobre como cuidar do meu futuro cão, uma tarefa que assumi com um misto de responsabilidade severa e de indisfarçável alegria, vi, entre muitos outros tópicos, várias referências à esterilização de cães, tanto machos como fêmeas. Em tempos muito remotos li algo sobre o assunto, em sites de direitos dos animais, mas tinha ficado com a ideia de que a única razão para o fazer seria o controlo populacional, e nada mais. Seria, portanto, uma vantagem para o colectivo, mas não necessariamente para o individuo.
A minha primeira reacção foi de um certo cepticismo: seria isto uma daquelas tendências estúpidas de "facilitar" a vida aos donos, estragando a vida do bicho? Lembrei-me de imediato da prática de remoção das unhas aos gatos para evitar a chatice de sofás estragados. Absurdo.

No entanto, quanto mais li mais me apercebi das semelhanças entre diferentes sites e autores:

  • os textos aos quais dei crédito são escritos por veterinários, não por amadores. Estes últimos baseam-se praticamente só na vantagem colectiva (como neste texto, em cache do google se não o conseguires ler no site original) e por isso não os tomei em consideração.
  • todos referem razões e vantagens similares, apesar de serem escritos por pessoas de nacionalidades distintas (americanos, britânicos, mexicanos, brasileiros)
  • várias das razões referidas são vantagens directa e primariamente para o cão em si, não para os donos, ou para os vizinhos, ou para quem quer que seja. Estas razões são as que verdadeiramente me interessam.
Há uma série de mitos em relação a este tema; eles nascem, quase sempre, da ignorância em relação aos factos (razões, vantagens, possíveis desvantagens e a probabilidade de estas existirem) e de uma de duas tendências: ou humanizar a experiência canina (eu não quero ser castrado, logo o meu cão também não quererá) ou naturalizá-la em demasia (não é natural castrar um animal).

A reacção emocional de repulsa e recusa desta prática (ou sequer de a mencionar como hipótese) é comum; até poderíamos dizer que é "natural". No entanto, e como em quase todas as situações, devemos informar-mo-nos sobre o tema antes de passar juízo, por forma a podermos ter uma opinião segura (e não apenas baseada no calor do momento).

Vejamos então, e resumidamente (pois não tenho paciência para grandes detalhes, para isso estão os links no final) os factos e mitos sobre o tema.

A esterilização dos cães traz várias vantagens para o animal. Também traz vantagens para os humanos que convivem com o bicho. Vejamos as primeiras:
  • Prevenção de Doenças
    Diminuição de incidências de cancro mamário, problemas de próstata, tumores perianais e hérnias.
    Eliminação total de canco testicular (claro...) e uterino (pois...) bem como outras doenças e problemas do útero.
    Poder-se-á alegar - e tem a sua lógica - que é óbvio que a remoção de orgãos elimina problemas nos mesmos. Acontece é que estes orgãos só são necessários para a reprodução, e, como veremos a seguir, é boa ideia impedi-la.

  • Diminuição de Frustração e Stress
    Um cão (macho) castrado não sentirá a frustração e stress de, apesar de conseguir cheirar cadelas com o cio, não poder abrir a porta do apartamento e do prédio e de ir à rua ver se consegue namoro. Ao perder esse instinto (que não desaparece de um dia para o outro, mas sim passado algum tempo, como se pode ver nesta foto comprometedora - apesar da falta de pontaria - do Rafy com a Maria, pós-operação) perderá a frustração que é ter o corpo a pedir algo que não vai conseguir (até porque não o deixaria, no caso do Rafy, pois como seu responsável, não quero ver-me a braços com uma ninhada indesejada e sem casa para onde ir).
    Uma cadela deixa de ter casos de gravidez psicológica (olá Maria!) com o stress e frustração daí resultante.
Estas duas vantagens globais (isto é, estes 2 conjuntos de várias vantagens individuais) são suficientes para que a esterilização do cão/cadela seja a opção a tomar, tendo em conta que as possíveis desvantagens (ver abaixo) são raras e muito menos graves que os problemas que se evitam, e que os mitos prevalecentes não são realistas.

Vejamos agora vantagens para os humanos que convivem com o cão (que tecnicamente não interessam como as anteriores interessam, mas que podem pesar na decisão dos donos):

  • Adeus à gravidez indesejada
    A cadela aparece grávida e agora há que arranjar quem fique com uma data de canitos?
    O cão namorou com a cadela do vizinho e ele ficou a braços com uma ninhada indesejada?
    Agora já não.

  • Adeus aos problemas do cio
    A cadela está agitada e stressada em casa e na rua mete-se com os cães todos?
    O cão está inquieto em casa e doido na rua?
    Agora já não.

  • Diminuição do comportamento agressivo e territorial
    Se um cão for agressivo ou territorial (gostar de marcar o terreno por todo o lado) essas tendências diminuem, regra geral, consideravelmente.

  • Aumento de concentração
    O treino do animal (se se fizer) será mais fácil pois, regra geral, o cão estará mais atento e por mais tempo, pois não ligará às distracções de origem hormonal à sua volta.

Há que referir ainda a vantagem incontornável de reduzir o excesso populacional dos cães (e gatos, já que falamos disto) : existem demasiados animais domésticos que acabam por ser mortos ou abandonados.


Eis as possíveis desvantagens:
  • Aumento de tamanho nos cães
    É possível que o cão fique ligeiramente mais alto do que ficaria se não fosse esterilizado. Ligeiramente é a palavra operativa na frase anterior.

  • Incontinência
    É possível que, em alguns casos, o cão fique com alguma incontinência. Não é raro, mas também não é comum.

  • Esterilizar é uma operação invasiva desnecessária
    Sim, mas pode impedir outras operações futuras que derivem de doenças que apanhe. Além disso, é uma operação bastante simples (sobretudo no caso dos machos) e possíveis complicações aparecem numa pequeníssima minoria de casos.

  • Esterilizar é caro
    Pois é (eu paguei 150 Euros pela cirurgia e 40 pela injecção de antibióticos), mas quem disse que ter um cão era barato? Além disso poderás estar a poupar dinheiro no futuro, impedindo doenças cuja cura pode ser mais cara ainda.

Falemos agora dos mitos (e receios) mais comuns associados a esta prática. Existem outros, mas estes são os mais comuns:

  • Os cães ficam gordos e preguiçosos
    Talvez... se não fores um dono minimamente cuidadoso. Se vires que está a ficar mais gordo, reduz a quantidade de comida (melhor ainda, de guloseimas) que lhe dás. Além disso, lá porque está menos agressivo não quer dizer que não queira fazer exercício. Sai, corre e brinca com ele e verás que não fica preguiçoso.

  • Os cães ficam frustrados e infelizes por perder a virilidade
    Esse mito nasce da ideia de que os cães e os humanos são iguais quando não o são ;)
    Ao contrário de um ser humano, o cão não tem expectativas em relação aos seus (hipotéticos) futuros filhos e não tem vontade de brincar com netos. Um cão (macho) nem sequer sabe/percebe que os cachorros que a sua, errr, namorada pariu, são seus filhos. Nos cães é apenas uma questão hormonal, não sentimental ou emocional.

  • Não é natural castrar um cão
    Pois não... mas o que é que é natural na vida de um cão? A espécie canina é radicalmente diferente de todas as espécies selvagens e bastante diferente das restantes domésticas. A vida de um cão doméstico não tem nada a ver com o que em tempos foi natural para a sua espécie. A sua sobrevivência depende, em grande medida, dos humanos com que convive, que lhe trazem ao comedor comida preparada, àgua limpa, brinquedos e tratamentos médicos. Não vivem ao relento, não têm predadores, enfim, são uns lordes, e ainda bem :)
    No entanto, e como estão à guarda de um humano, o mais acertado, creio, é que esse humano pondere o que é melhor para o seu amigo canino e por isso decida fazer todas essas coisas anti-natura aqui descritas... e esterilizá-lo. Ah, operá-los para que não morram de uma doença também é anti-natura, e no entanto nem pensarias em não o fazer!
Enfim, isto é apenas uma visão geral sobre o tema e espero que neste momento a tua opinião, se antes era negativa, tenha mudado e que concordes que o Rafy ganhará mais do que perderá com esta decisão - ou não, a mim que me importa o que penses? ;)
Seja como for sugiro que visites os seguintes links (incluindo referências para estudos científicos em alguns deles) para teres uma informação mais completa:

http://www.peteducation.com/category_summary.cfm?cls=2&cat=1625
http://www.nal.usda.gov/awic/pubs/SpayNeuter/general.htm
http://www.nal.usda.gov/awic/pubs/SpayNeuter/
http://www.terra2.com/ab/totem/castracao.htm
http://etdr.doberinfo.com/health/spayinfo.html
http://www.tuperro.com.mx/01_06_03_repro_esterilizar.html
http://www.apbc.org.uk/article4.htm
http://www.veterinarypartner.com/Content.plx?P=A&A=574&S=1&SourceID=42
http://www.veterinarypartner.com/Content.plx?P=A&A=584&S=1&SourceID=42
http://www.doghause.com/spay.asp
http://www.hsus.org/pets/pet_care/why_you_should_spay_or_neuter_your_pet.html

19 de agosto de 2008

Férias em Agosto


Para o caso de ainda existirem dúvidas em relação ao título de Cão Mais Lindo do Mundo permitam-me que esta minha foto as oblitere, dissipe, rebente e massacre.

Vosso,
Rafy


30 de julho de 2008

Cronologia

2008/07/29
O Pedro decidiu finalmente deixar a preguiça de lado e criar o meu blog, e cá estou eu, teclando alegre mas lentamente, que isto de patas de cão e teclas de computador já se sabe, por forma a registar tudo o que de interessante possa ser dito sobre mim. É bem de ver, mais vale que o faça eu!


2008/07/28
Tendo em conta a minha linhagem de Beagle, o Pedro decidiu que o meu apelido deveria ser Darwin, devido ao facto de Charles Darwin ter descoberto/formulado a Teoria da Evolução na sua viagem à América do Sul a bordo do Veleiro Beagle. Fixe, né? Bom, ele acha que sim.
Por outra parte, ficou claro que eu deveria ser cavaleiro, ficando assim o meu nome completo Sir Rafy Darwin.

A minha galeria de fotos foi criada hoje, e está presente em picasaweb.google.com/rafydarwin

Após uma longa procura baseada em comparações nutricionais e outras obsessões por parte do meu dono - a sério, ele tem que ter ali um problema qualquer - sou informado pelo Pedro que a minha comida foi finalmente escolhida. Após terminar o saco de comida seca do Dia que estou por agora a comer passarei a comer apenas "Healthy Paws Coelho e Arroz Integral", uma comida seca vinda de Alicante (portes grátis em Espanha, 10 euros para Portugal!) cujo saco de 15 kilos sai a 57 euros. Tendo em conta que eu devo comer à volta de umas 130 a 150 gramas por dia, este saco dará para uns 100 dias, o que demonstra que comida supostamente cara pode sair em conta, pois ao ser mais digerível escuso de enfardar tanto. Mais detalhes no site deles, aqui.
Ah, o meu dono não partilha as ideias "holísticas" dessa empresa, que acha que a homeopatia, essa pseudo-ciência baseada em pensamento mágico, e não na realidade, funciona e cura pessoas e animais. No entanto, e como não é fundamentalista (apesar dos rumores incessantes) decidiu na mesma comprar-me esta comida, simplesmente porque foi a melhor que encontrou.

Ah, quase me esquecia: também como as guloseimas Fruit Cookies, da mesma marca, que adoro!


2008/07/27
Após uma efusiva despedida por parte da Zélia e uma não-tão-efusiva-mas-pelo-menos-aliviada despedida por parte da Maria (a cadela da Zélia e da João), voltei a entrar no meu bólide e a ser levado estrada fora, desta feita, e finalmente, em direcção a Madrid! A emoção foi grande, mas a viagem ainda foi maior, pelo que dormi boa parte do tempo, sabendo que estava em boas mãos. Ao chegar apresentam-me um tipo que claramente precisa de fazer exercício físico para abater aquela barriga e pneus e dizem-me que se chama Pedro, e que é o meu dono. Pela sua cara, parecia que estava a entrar em êxtase místico, tal era a alegria de me ver, mas eu estava mais interessado em conhecer aqueles jardins e parques ao redor da minha nova casa, pelo que fomos os dois dar um longo passeio.

A noite acabou com a minha entrada triunfal no meu novo ninho, o qual foi cheirado de alto abaixo para reconhecimento do terreno. Dormi no chão do quarto dos meus donos, ignorando por completo o colchão XPTO que o Pedro me comprou. Tenho a sensação que vou dormir no chão sempre!


2008/07/26
Hoje fui à veterinária para que ela visse como eu estava e para tratar de vacinas, desparatização, colocação do chip e essas coisas. Ao principio estava um pouco assustado mas rapidamente me tranquilizei e deixei que tratassem de mim. Eu quero é atenção!

Ela prognosticou a minha idade ("ano e pico") e, para comodidade, a minha dona decidiu instituir o dia de ontem, 25 de Julho, como data do meu nascimento, uma decisão tão arbitrária e aleatória como decidir que um bebé nasça num estábulo na Palestina em pleno inverno, por isso aceita a decisão da minha dona e cara alegre!


2008/07/25
O grande dia! Afinal a limusina não passa de um Peugeot 1007, mas não faz mal, até é da maneira que posso mais discretamente exercer o meu poder sobre os comuns mortais, muahahahah! Ups, desculpem, às vezes embalo-me um bocado, e, enfim. A Maria João foi-me buscar com a sua amiga Andressa e ambas me adoraram no momento. Após as despedidas oficiais meti-me no carro e lá fui levado para o Barreiro, para casa da minha Avó Zélia, a mãe da Maria João. A avó Zélia adorou-me de imediato, como não podia, aliás, deixar de ser.

A mim não me tinham avisado que a Zélia tinha uma cadela a viver com ela! Chama-se Maria, é assim uma cota de 11 anos que eu cá pessoalmente, e aqui entre nós, creio que está ainda para as curvas (não sei se me faço entender), com quem brinquei e me meti. Ela, contudo, não foi muito na conversa e acho que ficou com a sensação que eu era um intruso com intenções de roubar-lhe o carinho dos humanos da casa. Nada poderia estar mais longe da verdade, eu partilho sem problemas. Sério!

O dia acabou comigo a dormir no chão do quarto da João: está demasiado calor para dormir em camas e além disso sou descendente, por parte da linha materna, do cão de Leonidas I, o Rei Espartano que deu cabo do Xerxes na batalha de Termópilas, e por isso sou rijo.


2008/07/16
O Pedro decide que Raf, o nome que me estavam a dar até então, não soava tão bem como ele queria, mas também não queria alterar demasiado o nome pelo qual já começava a responder. Decidiu-se por Rafy, o que a mim pessoalmente me parece muito bem, pois combina com a minha personalidade meiga e querida e fantástica e amorosa e...


2008/07/15
A Manuela levou-me para casa de uma senhora muito simpática, na Aroeira. La já vivia outro cão, chamado Kiko, um excelente companheiro de brincadeiras!


2008/07/14
Preocupada com o facto de eu andar solto no Mercado com o eminente perigo de ser atropelado pelos camiões e carros que, constantemente, entram e saem, e apercebendo-se que, como sou pequeno (em tamanho, entenda-se, não em importância!) conseguia passar pelas grades dos portões para a estrada, a Manuela decidiu procurar um local alternativo onde eu pudesse esperar a chegada da limusina que me levaria ao pais dos nuestro hermanos.

2008/07/11
Após o OK do dono do meu futuro apartamento, o Pedro, meu co-dono (co-dono, soa esquisito, parece nome de algum Sound System de Kinshasa) telefonou à Manuela e ficou combinado que eu iria para a capital espanhola, para assim poder dominar por completo a península, nesta primeira fase, e posteriormente ter o controlo absoluto do planeta. Mas não nos precipitemos e cinjamo-nos ao presente.


2008/07/10
A Manuela Iria, minha amiga no polígono, fica a saber que a empresa proprietária prescindirá dos serviços dos seguranças, e que estes não vão poder levar-me com eles! O choque! O horror! A consternação! Ela envia de imediato um e-mail a toda a gente que conhece, incluindo a Cláudia Mousinho, sua prima. Ora, a Cláudia,q ue nem é rapariga de fazer forwards para toda a gente nem nada, fez forward do e-mail da prima para tooooda a gente, incluindo a que viria a ser a minha co-dona, a Maria João. Claro que tanto a Manuela como a Cláudia, finas, colocaram fotos minhas nos respectivos mails, tornando impossível resistir aos meus encantos. São muito espertas, elas!

O grande erro da Maria João, entretanto, foi mostrar o mail e as minhas fotos ao seu namorado, Pedro Homero, que viria a ser o meu co-dono. (Eu cá é assim, não é um dono, são dois!).
Ora bem, claro que o Pedro não conseguiu resistir ao meu charme natural e, como já andava fisgado em ter um cão - prazer que nunca tinha tido até agora - pensou de imediato que tinha que ficar comigo. Telefonou ao seu senhorio (o dono do meu palacete em Madrid) e após o OK deste (que ainda assim tardou um longo dia em pensar no assunto) decidiu telefonar à Manuela para lhe dar a boa notícia.


Primeira metade de 2008
Vivo numa casota no Polígono Industrial do Mercado Abastecedor de Loures, um subúrbio de Lisboa. Os seguranças do sítio tomam conta de mim e dão-me comida.


2006 (?) 2007 (?)
Nasço, algures na zona de Lisboa, em data incerta. Historiadores e Biografistas estão neste momento a trabalhar com Biólogos e Veterinários de craveira internacional para tentar chegar a uma conclusão definitiva. A minha veterinária no Barreiro (onde tenho a minha moradia de férias e fins-de-semana) calculou que eu tivesse "ano e pico" quando me viu pela primeira vez, a 26 de Julho de 2008.

Olá Mundo!

Ão ão!

Bem vindo/a ao meu blog! Espero que gostes. Se não gostares, lamber-te-ei os pés no verão e as mãos no inverno, e vais ver como gostas!

Caninamente teu,
Rafy