4 de setembro de 2008

Sozinho! Abandonado! PORQUÊ!?

Que terei eu feito? Que crime, que injúria, que infâmia pesará sobre o meu dorso (apesar de não os sentir)? Se me culpam, de que me sou acusado? Será que já não gostam de mim? As dúvidas, a ignorância, a longa e escura noite do desconhecido, porquê??

Na terça-feira, e poucos minutos após o rapto da Maria e do Andy por parte do irmão da João (força amigos, espero que esteja tudo bem convosco!), a João saiu de casa com a Mónica, uma rapariga que também cá vive, pelos vistos, pois estou sempre a vê-la cá em casa, e ela está sempre a fazer-me festas. Ora, a João sair de casa não é por si só um problema. O problema nasce é do facto de, duas horas antes, o Pedro ter saído também. Sabes o que isso significa, caro leitor? Sabes? Foram-se embora! Deixaram-me sozinho, em casa, sem ninguém!

Não imaginas o terror, o pânico agudo que senti pela minha espinha fora: Sozinho! E agora? Voltariam? Deixar-me-iam para sempre? Sim, deixaram-me comida e água, mas não vai durar para sempre! Tenho a minha cama para dormir, mas e o Inverno? Tenho algum espaço para me mover, pois deixaram-me acesso ao hall de entrada, à cozinha, à marquise e ao corredor, mas... e se definho por falta de exercício? Traição! Porquêêêêê!?

Bem, como podem ver, mais que não seja porque estou a escrever isto (e a porta do escritório estava fechada), o suplício de Tântalo não durou para sempre. Oito horas depois, contadas ao segundo (dá 28 800 segundos, para os mais curiosos/masoquistas), oiço pela marquise a voz do Pedro! Salvo! Afinal há esperança!

Mal entrou pela porta saltei para cima dele como um possesso, um demónio assírio, a fúria e a tranquilidade, a raiva e o alívio. Não me abandonaram, só quiseram fazer-me sofrer! Respirei fundo e voltei a ter a pressão arterial em níveis decentes, mas continuava revoltado por não compreender o que se tinha passado! Porquê 8 horas? Porquê tanto tempo? Não poderia um deles ter ficado em casa? Porquê sairão todos? Mistérios que continuam por ser compreendidos.

Enfim, o que interessa é que de facto ele voltou e me deu muitos mimos e levou-me a dar um grande passeio (que ainda assim terminou no veterinário, para outras estranhas picadelas no meu dorso e comprimidos atirados para a minha goela). . Estranhamente não parece ter ficado chateado com as duas generosas poças de chichi que lhes deixei de presente no hall de entrada; limpou e não me disse nada.

Ontem, a estória repetiu-se; voltaram a deixar-me sozinho em casa, voltei a ficar alterado, mas estranhamente não me preocupei tanto... terá tido alguma coisa a ver com uns comprimiditos que o Pedro meteu no meu leite matinal? Nunca o saberemos.

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